As Chaves do Armário

Narro aqui a descoberta de três caras e compartilho-as com o mundo. O certinho, o romântico e o galinha. Qual deles terá a chave da felicidade? Aquela que abre as portas do armário? Algumas histórias aqui aconteceram de verdade, do jeitinho que está escrito. Outras aconteceram de forma semelhante, mas foram narradas com algumas alterações para que fosse preservada a identidade das pessoas mencionadas.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Capítulo 14 - Sex and the (gay) City - (Quando o Pit-Bul vira Gatinha !!)

No mundo gay, há aquelas coisas que são comuns a todos. Os gostos. Não sei se a maioria dos gays já nascem gostando de coisas iguais, ou se por influência do meio começam a gostar. Mas é muito difícil um de nós não gostar de Madonna, por exemplo, e até os que falam que não gostam de suas músicas atuais, vão se lembrar com saudade do tempo em que ela cantava "Like a Viirgin". Assim vamos criando uma cultura nossa, e apesar de ainda sermos uma minoria, dividida em muitas minorias, são nossos gostos culturais que nos unem. O seriado Sex and The City fez inúmero sucesso no mundo inteiro, mas no meio gay se tornou um ícone. E todos tinham seus personagens favoritos. Cada grupinho tinha seus personagens. No nosso foi a mesma coisa. Paolo, era Carrie. Uma mistura de todos os tipos. Patrick era Charlotte. Romântica e sonhadora. Eu era Samantha. A piranhona. E nosso amigo Joshua era Miranda. O frio.
Joshua é um dos melhores amigos de Patrick e moraram na mesma rua desde crianças. Se descobriram gays na mesma época e compartilharam muitas aventuras. Quando conheci Patrick, Joshua estava começando seu namoro com Wandemilson. Um cara boa pinta. Mimado, ás vezes metido, mas sempre nos demos muito bem. E começamos a viajar juntos. E aprontavámos muito. Como na vez em que fomos para a casa rosa de praia do Joshua e a casa era de madeira. O piso rangia a noite toda e Paolo morria de medo. Brincávamos muito, literalmente soltávamos a franga. Engraçado como nós gays, ás vezes em nossos trabalhos ou em outro meio social, somos considerados tímidos, sérios demais ou até antipáticos. Mas no nosso meio nos transformamos. E nos soltamos. E na nossa vida sexual é assim também. Dois fatos ilustram bem esta nossa característica. Vou começar falando do Camisa Amarela.
O Camisa Amarela era um cara lindo que morava na mesma cidade que a gente. Super másculo, um sorriso safado no rosto. Uma voz grossa. Era chefe de cozinha de um restaurante local e muitas vezes frequentávamos este lugar só para podermos admirar o Camisa Amarela. E ele também estava sempre na boate. E sempre usando a mesma camisa amarela. Dançava meio duro, de um jeito muito masculino. Um dia, virado de bêbado, tomei coragem e cheguei no Camisa Amarela. Já conversávamos a algum tempo. O cara também estava mamado. E decidimos ir para meu apartamento. No caminho o cara começou a se soltar e falava que estava morrendo de tesão, mas falava com uma voz, que nada parecia com a voz grossa e máscula do Camisa Amarela. Como estava com muito tesão, levei na boa, até que ao entrarmos em casa ele se jogou no meu colo e miou: "aiiiii...gaaaato, tô tão careeenteeeee." E fez uma voz fininha que me broxou totalmente. E já foi tirando minha calça, e caiu de boca no meu pau. Mamava muito e, claro, ele subiu independente daqueles miados que ele emitia. O comi gostoso demais, mas toda hora queria que ele fechasse a boca. Cheguei a falar que não gostava de falar durante a transa. E fui ficando puto. Não esperei ele gozar e, de sacanagem, gozei primeiro. Gozei e desmaiei. E quando acordei, encontro o Camisa Amarela, colocando sua camisa e abrindo a porta de casa. Perguntei o que tinha acontecido e a voz de macho dele voltou na hora. "achei que você tinha morrido ou desmaiado, me assustei". O cara foi um banana. Além de miar ainda era um covarde. Ia embora com medo da polícia. Expliquei para ele o que tinha acontecido e ele foi embora. Sempre que nos viamos ele vinha e falava com a maior voz de homem: "e aí, velho". Qual não foi a decepção dos meninos quando contei para eles. Mas o pior aconteceu quando morava numa cidade do nordeste. Estava passeando no calçadão quando um cara todo fortinho, bonitinho, com o maior jeito de homem, começou a me olhar. Dei uma virada para trás e encarei também. Ele deu meia volta, se aproximou e começamos a conversar. Depois de um tempo conversando, o cara foi super direto, falou que era casado e muito afim de transar com homem. Putz, nunca saí com casados, achava a maior babaquice. Mas topei e combinei de buscá-lo no dia seguinte e irmos a um motel. Chegamos lá, o cara para variar me mamou muito e fomos tomar um banho. Quando estávamos no banheiro no maior amasso ele se virou e disse: " Me fode papaizinho". Porra além de me sentir o velho, apesar de termos a mesma idade, ainda tive que escutar durante a foda toda o cara me chamar de papaizinho. Mas fui em frente. Ele gostava muito de dar e eu não estava mais aguentando bombar, quando ele me disse: "paínho, fode tua meninha" e fez vozinha de mulher. Na hora comecei a bater uma punheta para ele enquanto o fodia, e gritei muito. Eu gritava muita putaria do tipo: "Engole a rola do papai, filhinha". "Mama a mamadeira do papai". Consegui meu objetivo: o cara gozou rápido e falei que estava atrasado. Nunca mais o vi. A vida hoje está muito baseada em aparências. As pessoas não podem ser aquilo que realmente querem ser. E temos que respeitar, né? Creio que cada um faz o que quiser da vida, principalmente na vida sexual. Daí fica foda, quando a pessoa fica se passando por machinho, e na hora agá, inverte tudo. Respeito, mas na minha cama não. É nestas horas que fazer a opção por ser a Samantha, a piranhona, não vale a pena. Definitivamente.


12 Comments:

Anonymous Anônimo said...

lendo o blog todo.
rox a lot!
bjo.

3:38 AM  
Anonymous Anônimo said...

putz! gato por lebre é foda! existem pessoas q não deveriam abrir a boca.
"paizinho","filhinha", "putinha", ouvir isso (e qual quer outra coisa do gênero) na cama é brochante. e qndo o cara fala bem baixinho no seu ouvido q quer comer "sua ""buceta"" de homem" (!) o que?!?!? meu amigo, isso aqui é meu CÚ! se vc quer buceta, veio ao lugar errado, ok!?!
tem mta gente sem noção por aí...
tem outra q é péssima tbm, "CHERO". isso mesmo, falado s/ o "i". tive um "ex amigo" q vivia me chamando assim, lembra? nossa, deprimente vc estar em local público c/ amigos e seu "boy" solta um: "cheeeero, vou pegar uma bebida, c quer alguma coisa?". quero sim, quero q vc suma!

outro q se enquadra nessa categoria de "pit-gatinha" era o "camarão", lembra? q andava sempre c/ um baixinho moreno (nós seguimos eles uma vez na caminhada de findi)

p.s. não fui o único q teve medo na casa rosada, tá!

bju e um grande abraço
saudades

paolo bradshaw

7:07 PM  
Blogger O Marinheiro said...

uhauahuahuah Li o blog todo, virei fã. Tenho tantas histórias de palavras toskas na cama, nem me atrevo a começar. É melhor eu escrever um post para o meu blog sobre o assunto. hehehe

Abração e parabéns pelo blog!

4:51 PM  
Anonymous Anônimo said...

Cara
Demais! Eu e meus amigos também já nos vimos em Sex and The City.
Parabéns realemente
Abração
Kadu

6:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

Amigo, sou de MG também.
Amei seu blog, li todo de uma vez :)
Também tenho amigos Sex and the City, amei tudo que escreveu é tão dentro da minha realidade, e eu passando por isso tudo achando q estava sozinho..

Abraço, agora virei leitor assíduo.

9:06 PM  
Anonymous Anônimo said...

nossa... bacana demais da conta este blog. quais dias é atualizado?
abraço procê

12:38 PM  
Anonymous Anônimo said...

Concordo absolutamente contigo... Fico irado quando o "Produto" não corresponde a "Embalagem" AHHAHAH... e tem que ter mto cuidado com as palavras/frases ditas na cama, o efeito pode não ser o esperado !!!

Bjs e estou adorando seu blog !!!

9:39 PM  
Anonymous Anônimo said...

adorei seu blog
de que cidade de minas vc é?
me escreva
brunop2p@gmail.com

2:13 AM  
Anonymous Anônimo said...

Adorei seu blog- li inteirinho. Parabéns.


jr_jac@msn.com

1:45 PM  
Blogger Thiago Lasco said...

captei o espírito do seu post e concordo que levar gato por lebre é a pior coisa que tem. mas aprendi a entender também que algumas pessoas têm um lado obscuro que só acessam na cama, e que às vezes encarnar outros(as) personagens é uma fantasia que elas têm. tipo, às vezes o cara é realmente macho, mas na hora da foda tem TESÃO em ser rebaixado, chamado no feminino, e até se comportar como uma bichinha - porque o tesão dele é esse. o que não quer dizer que a postura máscula que ele tenha fora da cama seja fingimento - não necessariamente: o cara pode realmente ser macho fora da cama e fêmea dentro dela. e isso é mais comum do que eu pensava... rs.

4:36 PM  
Anonymous Anônimo said...

Acessei seu blog hoje pela primeira vez e achei muito interessante.
Quanto a isso é foda mesmo, eu tbm broxo total quando o cara começa a afeminar na cama.

3:39 PM  
Anonymous Anônimo said...

Sim, provavelmente por isso e

6:29 AM  

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