As Chaves do Armário

Narro aqui a descoberta de três caras e compartilho-as com o mundo. O certinho, o romântico e o galinha. Qual deles terá a chave da felicidade? Aquela que abre as portas do armário? Algumas histórias aqui aconteceram de verdade, do jeitinho que está escrito. Outras aconteceram de forma semelhante, mas foram narradas com algumas alterações para que fosse preservada a identidade das pessoas mencionadas.

domingo, dezembro 10, 2006

Capítulo 8 - O Nerd Pauzudo (o ponto de ligação se despede !)

Patrick já tinha se recuperado de sua primeira transa quando conheceu Sálvio numa festa. Sálvio era recém formado em direito e Patrick que recém havia completado dezesseis anos se encantou com aquele sujeito de óculos e brincalhão, logo de cara assim que o viu. Mas ficou por aquilo mesmo nem teve troca de olhares. Num outro dia, em uma pizzaria, se esbarraram novamente e desta vez, Sálvio olhou com outros olhos para nosso Patrick e numa escapadela ao banheiro trocaram telefones. Este banheiro masculino salva nossa pele. É um dos cupidos do meio gay. Alguns dias depois o telefone toca e Sálvio convida Patrick para uma festinha em sua casa. Chegando lá, descobre que a festa era somente para os dois. Sálvio tinha um pau gigantesco, eu mesmo vi anos depois, e Patrick se encantou pelo jeitinho simples, inteligente, mas sobretudo pelo pauzão daquele que viria a ser seu primeiro namorado. Namoraram por mais de ano. Quando mudei para a cidade deles, já haviam terminado e nós, eu e Patrick, não nos conhecíamos quando fui apresentado a Sálvio, por intermédio de um carinha que eu transava. Ficamos bastante amigos e como ele não era de lá e havia se mudado, comecou a se hospedar na minha casa quando visitava a cidade. Eis que um dia eu e este carinha com quem eu transava fomos jantar e vi que Sálvio estava na cidade mas não ficou em minha casa. Havia ficado na casa de um rapaz com quem estava saindo: Paolo. É, amigos, o mundo é muito pequeno, mas o mundo gay é realmente uma gaiola. E assim o cara que se hospedava na minha casa, tinha sido o primeiro namorado de Patrick e estava namorando Paolo, sem que nós três nos conhecêssemos. Paolo também estava encantado pelo cacetão de Sálvio. E fazia loucuras por ele do tipo viajar duas horas por dia só para ver o cara. E ficava a noite inteira dando de todas posições possíveis para acordar no outro dia, cair de boca na rola e depois viajar para ir trabalhar. E sempre pensava como conseguia cavalgar naquela rola imensa. E quanto mais pensava mais queria. Até hoje não sei porque terminaram , mas minha amizade com Paolo começou naquele dia em que fomos apresentados na pizzaria. Semanas depois éramos companhias constantes nas baladas. Até Patrick se unir a nós. Já Sálvio, que apesar de ter um pau maravilhoso, e mesmo com aquela carinha de nerd, era apaixonado por garotos de programas, inclusive levando alguns para minha casa (sem que eu soubesse) em uma de suas hospedagens, quando os caras fizeram uma limpa na garagem do meu prédio e eu não sabia onde enfiava a cara na conversa com o síndico, só nos encontrava vez em quando. Uma vez o encontrei num quiosque gay de uma praia no carnaval. Impressionante o olhar de todos voltados para o volume na sunga do rapaz que conversava comigo. Me contou de seu pai adotivo, que mais tarde viemos saber foi um senhor que o adotou adolescente e ficaram amantes. Falamos muita besteira que devem ser faladas quando se está num quiosque gay, numa praia em plena terça de carnaval. Vinte dias depois foi encontrado esquartejado e queimado em um sítio no Rio Grande do Sul. Meninos que ele achou que eram garotos de programa se revoltaram com suas cantadas e resolveram dar uma "lição" nele. Seu pai adotivo foi morto meses depois por garotos de programas em outra cidade, outro estado. Colocaram fogo em seu carro com ele dentro do porta malas. O caso foi notícia em toda região.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Coitado. Ele morreu mesmo? A história é triste.. mas o blog tá bacana demais !!!

11:54 PM  

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