As Chaves do Armário

Narro aqui a descoberta de três caras e compartilho-as com o mundo. O certinho, o romântico e o galinha. Qual deles terá a chave da felicidade? Aquela que abre as portas do armário? Algumas histórias aqui aconteceram de verdade, do jeitinho que está escrito. Outras aconteceram de forma semelhante, mas foram narradas com algumas alterações para que fosse preservada a identidade das pessoas mencionadas.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Capítulo 17 - O Namorado Ideal ( O cara perfeito? Ou o sexo perfeito?)

Sempre falei aqui do meu namorado de São Paulo. Na verdade ele morava em uma cidade do estado de São Paulo, uma cidade grande, com uma enorme "fama" gay. Namoramos por sete anos, dois anos a distância e cinco em cidades separadas. E quando me mudei para uma cidade perto da dele, terminamos. O cara era a pessoa perfeita, The One, como dizem os norte americanos. (Respondendo a outro post, o cara não era o meu tipo físico, eu fico com muitos tipos de caras ;-) ). Tudo bem que era branquinho e tinha o cabelo liso jogado para frente, mas era ultra, mega sarado. Aquele cara que malha três horas por dia, todos os dias. O cara que só come comida natural, vegtariano, e por quem todos suspiram em qualquer meio gay. Era dez anos mais velho que eu, e nos conhecemos em uma boate gay na cidade em que morávamos. Ele estava dançando sem camisa, e ficou olhando para mim. Nunca fui de gostar muito de cara mega musculoso, sempre gostei de magros mas não saradaços, mas ele não parava de olhar e já fui logo chegando perto dele e perguntando:" você é michê? pois se for estou fora !!!". Ele riu, meio sem graça, disse que não, que tinha gostado do meu jeitinho. (Jeitinho???) Fiquei sem graça, e conversamos por mais ou menos uma hora. Daí demos um beijo que com certeza foi o mais longo de minha vida. Ficamos mais de meia hora nos beijando. O cara era formado em comunicação na Puc, mas trabalhava em uma outra universidade. Tinha um bom carro e, embora fizesse planos de comprar um apartamento ainda morava com a mãe. Havia um ano que eu tinha terminado com o primeiro e único homem para quem havia dado, mas ainda gostava dele. Depois de beijarmos muito ele foi para meu apartamento. Lá transamos bastante. Eu enfiei o dedo no rabo dele e ele de cara falou: adoro o jeito que você me toca. Achei excelente e logo o comi. O cara era músculo puro. E tinha a bunda mais dura e redonda que já havia visto. Mas a transa não rolou bacana. Faltou um pouco de química. No outro dia ele me ligou no serviço as nove da manhã desejando bom dia. Gostei. Na hora do almoço me ligou convidando para fazer uma caminhada em volta de um parque da cidade... mais de 10 km. Fui. Enquanto caminhávamos e conversávamos, ele quis dar outra volta. Eu ali, morrendo de tanto andar, quis fazer a linha esportista. E demos outra volta. Não aguentava mais de dor na perna quando chegamos em casa, mas tivemos que transar a noite toda. Não foi a melhor transa mas pelo menos perdi ainda mais calorias. Seu pau era mediano. Mas eu quase não tocava nele. Uma semana depois fomos jantar e ele me pediu em namoro. Aceitei. Mas já fui logo dizendo que ele não era o homem da minha vida. E contei a história do cara do pau que me comeu: Antônio (omitindo que o cara tinha me comido). Daí ele me apresentou a sua família, eu adorava a sua mãe. Levei para minha cidade em Minas, ele fez sucesso com a minha família também. O cara era perfeito, bonito, educado, culto, bem financeiramente, e eu novinho com 23 anos estava adorando a situação, mas o sexo continuava fraco. Morei na cidade dele por dois anos, e ele ficava lá em casa de quarta a domingo. Segunda e terça era o dia dele dormir na sua casa. Daí veio a notícia. Fui transferido para a cidade dos meninos, que ficava a setecentos quilometros de distância. Nunca me esqueço de como chorei ao entrar no avião e ler a carta que ele havia escrito. Duas semanas depois ele estava me visitando. E durante dois anos ficamos nos vendo duas vezes por mês. Mas não sou homem de transar a cada quinze dias, tinha que transar duas vezes por semana no mínimo e comecei a chifrá-lo. No terceiro ano conheci Paolo e Patrick, daí os chifres se intensificaram. E nosso relacionamento durou sete anos. Álvaro me ligava todo dia, eu falava que ia dormir e saía com os meninos. Comecei a ficar com a consciência pesando. Três anos de chifres depois, comecei a sofrer por chifrar. E como chifrava muito, sofria muito também. E chifrava o cara perfeito. O bom namorado, bom filho. Quando algo dava errado na minha vida, culpava meus chifres. Daí comecei a terminar o namoro aos poucos, terminávamos pelo menos quatro vezes por ano, nos víamos menos, mas tínhamos a certeza de que envelheceríamos juntos. Engraçado uma barbie e um bear passando a velhice juntinhos. Patrick não gostava muito dele, uma vez chegou a falar que "o dentinho" dele o incomodava (como se o dente de alguém fosse motivo para não ser amigo). Paolo se dava bem com ele. Como falo muito e sou muito ligado, a calma e serenidade dele me completavam. Realmente achei que ia morrer ao lado dele, mesmo ele não sendo meu grande amor. Mas um dia depois de uma briga o cara chega e fala assim: " você tem que ceder... eu por exemplo, não gosto de ser passivo, mas te dou toda vez que te vejo". Aquilo para mim foi o fim. O cara nesta altura estava a cinco anos dando o rabinho para mim sem gostar. Fiquei com pena. Ele gostava de mim de verdade. A que ponto chegamos. Dispensamos pessoas por elas gostarem muito da gente. Será que gostamos de sofrer? Ás vezes estamos com alguém por achar que a pessoa vai nos fazer companhia, por achar a pessoa bonita, pelo fato da pessoa nos trazer uma segurança (seja ela financeira ou não). A minha verdade é que temos que estar com a pessoa com a qual gostamos de fazer sexo, aquela pessoa por quem você bate "A" punheta antes de dormir, não importa onde o carinha esteja. E para eu gostar de fazer sexo com alguém o cara não tem que ter pudores. Para mim, não vale ser lindo e ter todos os predicados se eu não souber que vou me matar de tanto gozar. E isto não acontecia, na verdade nunca aconteceu. Até meus desmaios pós orgasmo eram meio xôxos com ele. Então percebi que estava com o cara perfeito, mas eu queria mais, queria o sexo perfeito. Porra, se for para não gostar da transa então que fique amigo. Afinal o que é o namorado, senão um amigo com o qual transamos ? Quando voltei para Minas ele veio ficar comigo. E percebi que anos de traíção foram o suficiente para minar meu pouco tesão por ele. Quinze dias depois de mudar terminei com ele. E em seguida, dois dias após o término, reencontrei a grande paixão da minha vida, o cara com o qual gozei mais intensamente, que foi morar comigo cinco dias após nos reencontrarmos. E também o único para quem dei o cu. Semanas depois Álvaro ligou no meu aniversário. E Antonio atendeu. Me passou o telefone, Álvaro sacou quem era e chorou. Fiquei mal, me senti o último dos homens. O maior sacana universal do universo. Mas ás vezes temos que fazer opções. Existem pessoas que se acostumam a relações onde o sexo é insuficiente mas o carinho é grande. Eu não conseguia mais. Queria o o sexo. Fiz opção pelo bom sexo. Acho que valeu a pena. O bom sexo sempre vale a pena, ainda mais se soubermos aliar o bom sexo a um amor verdadeiro. Daí temos o namoro ideal.

12 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Dããããã, nao por causa do "dentinho" dele que eu nao gostava do cara, vc sabe que nos dois juntos nao dava certo, ficava aquele minuto de silencio, hehehehe

12:13 PM  
Anonymous Anônimo said...

Nossa! Que história mais triste.
O cara realmente te amava. Dar 5 anos sem gostar? Isso é que é amor!

Pericles_Souza

4:27 PM  
Anonymous Anônimo said...

Cara,
também penso muito em qual tem mais valor, o sexo ou a pessoa... é muito ´difícil arrumar os dois...
coitado do carinha! ele existe ainda?

valew...

Serginho

6:44 PM  
Blogger O Marinheiro said...

Acho que não to errado então quando penso que pra conseguir prender e conquistar o cara tem que ser o sexo mais animal do mundo! Se bem que se for olhar bem pra minha vida tbem, não mandou bem, vaza. Que triste, ainda tinha esperança nesse mundo! Vou parar de procurar unir o amor e o sexo porque não vai dar certo.

:D

8:20 PM  
Anonymous Anônimo said...

Esse estória é surpreendente...
Num relacionamento tudo tem que ser perfeito ou pelo menos que traga uma grande satisfação para ambos!
Pois é assim que temos mais vontade de estar junto com o nosso parceiro... vc agiu perfeitamente, eu também agiria da mesma forma... AHAHAHHA

Abraços e um ótimo findi !!!

10:27 PM  
Anonymous Anônimo said...

Não concordo. Para mim, o companheirismo vem acima do sexo !
Jão Paulo

2:50 PM  
Blogger Fred Sposito said...

Cara, é isso ai: Tem que correr atrás do que quer e do que sente falta.

As pessoas são diferentes, cada individuo tem seus próprios desejos, necessidades e ideiais.

O que é bom na relação de um não quer dizer que é bom para o outro.

Não existe uma regra para dizer o que é mais importante em uma relação, na verdade o que importa na relação é que você encontre alguem que sintonize com vc, aí o negócio vai muito bem, independente de ser só sexo, companheirismo, putaria, amizade, etc...

7:57 AM  
Anonymous Anônimo said...

não existe perfeito em relação a nada!

bju

9:03 AM  
Anonymous Anônimo said...

Não dá pra discutir o que é certo ou errado, o lance aí são prioridades, cada um tem uma e os outros não têm que julgar e sim respeitar...

11:47 PM  
Anonymous Anônimo said...

vc escreve muitobem curti o blog...
:)

2:05 AM  
Anonymous Anônimo said...

Parou? rs

7:01 PM  
Blogger danilo conrado said...

fala cara...
to sintindo falta dos posts..
abs

12:18 AM  

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